Será possível manter a chama acesa ao fim de anos e anos de convivência diária?
No princípio de um primeiro encontro, tudo é surpresa, uma vez que nenhum dos parceiros se conhece. Cada um dos membros do futuro casal está imbuído de um duplo desejo: por um lado, a atracção sexual pelo outro e o desejo de o conquistar e, por outro, o medo de o perder.Ao longo do tempo, o casal esforça-se por estabelecer uma rotina de tranquilidade, já que o sentimento de insegurança não é viável a longo prazo. É assim a história das relações humanas que se inscrevem neste estabelecimento de parâmetros de referência, que lhes garanta equilíbrio e autonomia: uma criança só pode crescer na condição de ter um quadro estável que lhe permita afastar-se dos seus pais, ir à escola serenamente, sabendo que os reencontra mais tarde.
O casal deverá estar na mesma dinâmica: há um enorme prazer em se reencontrar debaixo da colcha, cada um com um bom livro na mão, que não deve impedir o desejo. Mas, para isso, a motivação não pode basear-se na necessidade de segurança mútua. A rotina mata o desejo quando o homem e a mulher esquecem que são seres sexuais e que é isso os deve mover, tanto na sua vida como na cama. Cada um deve actuar para que a sua sexualidade se mantenha activa.
Aconselha-se a fazer surpresas, mas antes disso é necessário readaptar constantemente o olhar sobre si próprio e o parceiro, não deixando nunca de se descobrirem um ao outro. É nesta abordagem que se reencontra o erotismo e não na procura de posições extravagantes para reacender artificialmente a chama. Além disso, a confiança em nós e no outro, dada pela relação securizante do casal, pode incitar a sair, de tempos em tempos, dos habituais trilhos percorridos. A rotina pode funcionar como afrodisíaco? Porque não...?
Para os casais que apostam na segurança e no amor duradouro, a questão é saber como aproveitar os benefícios do amor e os seus ingredientes preciosos (confiança, cumplicidade, segurança), sem abafar a chama do desejo erótico?
Sabemos que o desejo está ligado ao aspiracional, à curiosidade, à atracção pelo desconhecido...E, simultaneamente, o amor alimenta-se de reconhecimento, familiaridade, segurança. Para manter este desejo, o outro deve permanecer misterioso. Se se torna demasiado próximo, demasiado transparente, demasiado previsível, perde, imadiatamente, a sua áurea erótica. E, assim, a relações entre amantes, tornam-se fraternais ou paternais.
A maioria dos casais caem na rotina. E a culpa não é tanto a falta da vontade, mas a ambivalência do nosso desejo: queremos o frisson e as vertigens do desconhecido, mas o nosso inconsciente procura segurança e ternura. E para deixar as nossas ilusões intactas, preferimos acomodar-nos à realidade e largar os nossos fantasmas.
Muitos casais sonham em voz alta encontrar o fogo dos primeiros tempos. E, na maior parte das vezes, é com nostalgia que lembram os tempos de ouro, que a maior parte das vezes pouco duraram!
Mas, é possível, apesar desta ambivalência, manter a relação longe da rotina. Saiba como:
1. Cultive o prazer da conversa
2. Mantenha o mistério
3. Aceite as diferenças
4. Mantenha o respeito
5. Quebre a rotina sexual
6. Controle os ciúmes
7. Mantenha a individualidade
8. Viva o presente e esqueça os medos do futuro. "Que seja infinito enquanto dure", como dizia Vinícius.
Bela postagem Lúcia. Que bom te conhecer através do BabuchydeCor.blogspot.com. Obrigada pela sua companhia. Sempre que puder dê uma passadinha e faça um comentário.E se precisar de alguma dica ou tiver sugestões agradeço. Felicidades! Bjs Catharina
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